terça-feira, 16 de agosto de 2016

Votar em ninguém. Cobrar de todos!


A partir de hoje estão liberadas as mais diversas formas de abordagem às pessoas em busca dos valiosos votos. A lei da poluição visual poderia prever alguma pena para os candidatos que entopem a cidade de cartazes com palavras manjadas como família, da segurança, educação, progresso, mudança! Hoje mesmo identifiquei alguns. Essa vai ser mais uma eleição das redes sociais, começarei a deixar de seguir alguns perfils pois infelizmente fazer cyber campanha em troca de um lugar ao sol ainda é não é crime. Não sou obrigado acompanhar. Por isso, para esses próximos quatro anos decidi votar em ninguém, cobrar de todos. Contando desde a última eleição, presenciei muitas picaretagens daqueles que não precisavam nem estar lá se culturalmente nós participássemos das decisões. Como isso ainda vai demorar muito para acontecer, se decide que apenas 21 vão levar a tocha (a ilusão de que vão nos representar). A frase "o preço a pagar por tua não participação política é seres governado por quem é inferior" é atribuida ao Platão que morreu 347 a.C. e em 2016 depois de cristo ainda engolimos frustações daqueles que estão com o bastão na mão. Vi meu pai quase morrendo no pronto socorro do hospital por omissão de uma secretaria de saúde que pouco fiscaliza e não pune a péssima atuação dos servidores e prestadores de serviço. Vi um cara sendo morto na minha frente, em um lugar público, sem seguranças públicos, na frente de uma festa privada, que teve autorização da prefeitura para acontecer. Vi pela televisão esse mesmo défict de fiscalização, no caso da boate kiss. E ainda chocado de ver um vereador da minha cidade chamado Julio César‬ postar selfies com o sofrimento das famílias. Pela televisão, também acompanhei outro vereador da minha cidade - o kanelão - pronunciar comentários racistas no meio de uma sessão. A constituição me informa que inafiançável a atitude racista, mas a imagem dele na cadeia eu perdi - ou não aconteceu. Aos poucos as promessas começam a aparecer. É até divertido a cara de pau. Mas triste ao mesmo tempo, pois os preços de tudo que eu e minha família consumimos sobem. E financiam, também, as frustações do cotidiano. Hoje vi o post de um candidado a reeleição com uma frase "a voz a favor da família", e ao lado a imagem com a representação de um homem, uma mulher e 3 crianças. Parece uma pista, indicando o tipo de família favorável aos olhos dele. Em outro post, a sequencia de números e cores utilizadas pelo candidado, da uma pista sobre qual grupo se quer atingir na campanha. Não é errado, privilegiar um lado ou outro. Mas é importante ficar atento, porque no primeiro dia útil de 2017 vai ser unanime a frase "legislo por todos". O skatepark do cassino foi parido e ficou muito naipe. Aos poucos começam (já começaram) a aparecer seus "pais", que nem foi do pólo naval 4 anos atrás. Mano! É rentável demais investir no esporte que mais cresceu nos últimos anos. Hoje a política pública precisa mais do skate do que o skate da política pública. Não é de graça que as olimpiadas agora chamam de esporte aquele que em outros tempos era até crime praticar. É sempre vantajoso estar ao lado do popular, é claro que iria sair. Ha quatro anos atrás eu fiquei feliz de ter sido convocado para a "festa da democracia". Esse ano fui convocado novamente, não consegui cancelar e vou ir, mas menos entusiasmado. Pois o dia 2 outubro só vai mostrar quem são os 21 que mais conseguiram votos válidos, utilizando as mais diversas formas de catequisar o eleitor. Por isso, para esses próximos quatro anos decidi votar em ninguém, mas cobrar de todos.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Paz, Amor e Empatia! Na sala de aula...


A professora de sociologia pediu para escrever sobre empatia. Eu lembro que a primeira vez que ouvi falar sobre empatia, foi atraves da minha ex namorada que curtia o Kurt e o nirvana. Uma vez ela falou sobre o famoso "Paz, amor e empatia", presente na carta que ele deixou antes de morrer. Esse último dia dos namorados foi bastante curioso pra mim. Fiquei encarregado de levar e buscar meu sobrinho, que já é um adolescente, e a sua namorada, no shooping. (ainda não absorvi, meu sobrinho que peguei no colo, namorando). Um pouco antes de ele encontrar a gata no lugar combinado, assistimos uma cena de um morador de rua caindo sozinho e abrindo o supercílios - logo sangrando bastante -, e fui ajudar ele. O homem estava bebado e nem sentiu a queda. Chamou atenção a quantidade de pessoas que foram ajudar um ser humano, que em outros momentos, já vi ser ignorado por muito menos. Depois, meu sobrinho encontrou ela e fomos conversando sobre musica durante o trajeto, e a mina falou que gostava no nirvana, o que despertou a lembrança do Kurt, empatia, texto para a professora.
Um exemplo interessante para se pensar a ideia da empatia é um casal de namorados. Um casal de namorados cultiva o sentimento de paixão - e ha quem diga que o que une eles também é esse sentimento. :P Que existe uma troca não apenas de - parafraseando o kl jay - energias sexuais, mas também papeis: a percepção da importância do outro e suas vivências, que colaboram para o crescimento de ambos. O metáfora “Namorados que não se somam são candidatos à divisão” é muito direta ao utilizar a matemática para exemplificar a necessidade de “pathos” em uma relação. Nesse dia dos namorados foi perceptível pessoas mais tranquilas, percebendo o próximo e ainda por cima ajudando o próximo, durante os momentos de relação com outros via facebook e, principalmente, ao vivo.
A relação professor-aluno também deve ser pensada a partir da ideia da empatia. É uma relação que não possui energias sexuais e nem um dia específico. Talvés seja por isso que nunca foi notado um dia tão bonito e celebrado dela, como é o dia dos namorados. Com postagens de fotos de relações tão amáveis e seguras quanto as dos relacionamentos sérios. Para que a relação professor-aluno seja séria, assim como o namoro, é de grande responsabilidade dos partícipes a semeadura, cultivo e manutenção; para que esteja sempre crescendo e dando frutos.
A relação professor-aluno não possui limitação de número de pessoas. A propósito, o número de pessoas nem parece um fator a ser considerado, visto que muitas turmas são compostas por 50, 60, 70 alunos. 1 professor. Fica muito complicada a relação. Dar a atenção necessária ? impossível. Parece uma boa opção o término no relacionamento. Mas não é assim, fácil e simples, como acontece com alguns casais de namorados dentro do mundo líquido de Bauman. É necessário sempre pensar no conserto, ideia sólida, diferente dos tempos atuais. Parecido como quando o namoro tem mais tempo, com várias variáveis que serão afetadas com a atitude, por mais rasa que seja essa relação professor-aluno. As variáveis perdidas são as oportunidades da convivência com o outro, o cultivo de valores como a humildade, definida pelo professor Mário Sérgio Cortella como uma pessoa que é “aquela que sabe que não sabe tudo, aquela que sabe que não é a unica que sabe, aquela que sabe que a outra pessoa sabe que ela não sabe, aquela que sabe que ela e outra pessoa saberão muita coisa juntas, aquela que sabe que ela e outra pessoa nunca saberão tudo que pode ser sabido”. Para que essa troca seja possível, o radical “pathos” precisa ser semeado e cultivado junto com seu préfixo “em” (de empatia), e não com o radical ant (de antipatia).
Ao contrário do namoro, onde nos primeiros encontros são notados e dado atenção aos pontos em comum, e depois às diferenças; dentro da sala de aula, as primeiras observações sempre são das diferenças entre os participantes. Diferenças físicas, por exemplo, são muito comuns. Diferenças de personalidade, mais comuns ainda. Tudo isso antes mesmo da aula acontecer, uma classificação muito automática. A diferença com o outro convida à esquiva, que vem em forma de comentários pejorativos como se o outro fosse o errado, estimulando a desunião do grupo. É um grande desafio lidar com pessoas, lidar com as diferenças de uma maneira justa, para que ninguém se sinta inferior. A crença na empatia se faz necessária dentro desse relacionamento que já começa precisando de uma manutenção, pois convida exatamente fazer o que se ignora: se colocar no lugar do outro.
Dentro da minha sala de aula foi feita uma atividade: passear de olhos fechados pela universidade guiado pelo colega. Não foi um desafio muito grande, visto que ao lado de um guia se tem mais confiança nas passadas ao escuro. Foi de grande valia para uma turma com um percentual de 0% de pessoas cegas. Foi possível compreender, ainda que minimamente, a realidade de uma pessoa com deficiência visual. A importância de sentir o chão, de perceber quando o chão muda. A atenção às vozes que davam segurança de estar perto de alguém. O medo de tropeçar e cair. Esse pequeno exercício de empatia, estimulou pensar o quanto a universidade (e toda a sociedade) é pouco inclusiva quando não possui sinais sonoros e um piso que facilite a locomoção. Questões não visíveis aos que possuem o sentido da visão.
Na foto, o Kurt pelo grafiteiro brasileiro Kobra!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Coisas que o dicionário não explica..

Ontem eu fui em uma lancheria e a senha do wifi era 07122005. Provavelmente uma data importante para o as pessoas donas do estabelecimento. O nascimento de um filho, talvés. Foi o que veio na cabeça na hora. Também lembrei que aquele inesquecível sete de dezembro de 2005 foi o último dia de aula do ensino fundamental - sim, eu lembro datas e já tenho quase um quarto de século de vida!
Aquela manhã de quarta feira (ok, o dia da semana eu pesquisei agora mesmo porque né :P ) proporcionou muita água atirada nos colegas em forma de guerra de balões e de garrafas pet enchidas nas torneiras alheias. Também brotou águas em forma de lágrimas, mais tarde, quando concluí, dentro do ônibus, que nunca mais viveria aquilo. Além dos amigos e memórias, levo comigo um desatualizado dicionário de português que ganhei da escola essa mesma época, um pouco antes, 2002. Nesse ano, conheci um grande professor de ed. física que tenho o prazer de ser amigo até hoje. O esporte sempre vai ter muito para ensinar, mas em um dia, mesmo com sol, a aula foi dentro da sala mesmo. Todo mundo louco, querendo jogar futebol. E naquele clima o professor escreveu um ditado popular no quadro, e ensinou uma das primeiras noções de respeito às vontades do próximo, que serviria para os jogos futuros e, depois, para a vida. Escreveu:
"Quando um não quer, dois não fazem.
Quando um não quer, dois não brigam.
Quando um não quer, dois não discutam."
Nos últimos anos tenho prestado mais atenção nas atitudes que reflito da sociedade preconceituosa que vivo. Isso contribuí bastante para poder corrigir e ser uma pessoa melhor. Essa ideia do "conhece a ti mesmo" é bem interessante, marca o início da filosofia grega e não é muito praticada 2016 depois de cristo, visto a maneira como não nos conhecemos e nem reconhecemos o próximo. É um exercício que só vem pra somar. Recomendo. Coisas que nem os dicionários mais atualizados podem explicar..!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Há mais pra se viver do que contas a serem pagas!

Hoje conversei com um amigo que a muito não conversava. O skate que nos conectou quando éramos adolescentes e construímos vários obstáculos para andar, aprendemos muita manobra juntos. Ele parou várias vezes de andar e eu sempre segui. Hoje foi curioso porque o discurso inverteu: ele acaba de comprar um skate novo, pilhando para andar e eu parado a horas, em outras vivências, sendo skatista só no modo de agir e pensar.
Faz tempo que não ando mesmo. Não andar não tem me feito falta, pra ser sincero. Tenho passado por vivencias muito positivas com pessoas e coisas que não são do meio skate e isso só tem somado. Esses dias fui correr com um camarada e falando de estar bem fisicamente para o esporte comentei que gosto de jogar bem futebol. Fiquei surpreso com a minha resposta que não considerou o skate, eu sempre falei do skate (nos últimos 12 anos, pelo menos). Mantive a opinião, não gosto de jogar sem ter energia pra correr.
Sobre a conversa com o amigo, ler que "o Bruno parou de vez" foi um soco na boca. Me ofendi por 2 segundos (hahahahah). Apesar de não estar sendo skatista (acompanhando a evolução das manobras, os campeonatos..), tenho percebido que o skate sempre vai ser uma religião que não me cobra regras. Ao contrário: da a liberdade de experimentar o novo, que leva a evolução. Talvés seja por isso que me sinto muito confortável em dizer que to parado de andar de skate. Não tenho dívidas com ele, só agradeçer!
"Há mais pra se viver do que contas a serem pagas!"
É o trecho da música de um cara que assim como eu é grato por ter o skate parte da vida!