terça-feira, 21 de junho de 2016

Paz, Amor e Empatia! Na sala de aula...


A professora de sociologia pediu para escrever sobre empatia. Eu lembro que a primeira vez que ouvi falar sobre empatia, foi atraves da minha ex namorada que curtia o Kurt e o nirvana. Uma vez ela falou sobre o famoso "Paz, amor e empatia", presente na carta que ele deixou antes de morrer. Esse último dia dos namorados foi bastante curioso pra mim. Fiquei encarregado de levar e buscar meu sobrinho, que já é um adolescente, e a sua namorada, no shooping. (ainda não absorvi, meu sobrinho que peguei no colo, namorando). Um pouco antes de ele encontrar a gata no lugar combinado, assistimos uma cena de um morador de rua caindo sozinho e abrindo o supercílios - logo sangrando bastante -, e fui ajudar ele. O homem estava bebado e nem sentiu a queda. Chamou atenção a quantidade de pessoas que foram ajudar um ser humano, que em outros momentos, já vi ser ignorado por muito menos. Depois, meu sobrinho encontrou ela e fomos conversando sobre musica durante o trajeto, e a mina falou que gostava no nirvana, o que despertou a lembrança do Kurt, empatia, texto para a professora.
Um exemplo interessante para se pensar a ideia da empatia é um casal de namorados. Um casal de namorados cultiva o sentimento de paixão - e ha quem diga que o que une eles também é esse sentimento. :P Que existe uma troca não apenas de - parafraseando o kl jay - energias sexuais, mas também papeis: a percepção da importância do outro e suas vivências, que colaboram para o crescimento de ambos. O metáfora “Namorados que não se somam são candidatos à divisão” é muito direta ao utilizar a matemática para exemplificar a necessidade de “pathos” em uma relação. Nesse dia dos namorados foi perceptível pessoas mais tranquilas, percebendo o próximo e ainda por cima ajudando o próximo, durante os momentos de relação com outros via facebook e, principalmente, ao vivo.
A relação professor-aluno também deve ser pensada a partir da ideia da empatia. É uma relação que não possui energias sexuais e nem um dia específico. Talvés seja por isso que nunca foi notado um dia tão bonito e celebrado dela, como é o dia dos namorados. Com postagens de fotos de relações tão amáveis e seguras quanto as dos relacionamentos sérios. Para que a relação professor-aluno seja séria, assim como o namoro, é de grande responsabilidade dos partícipes a semeadura, cultivo e manutenção; para que esteja sempre crescendo e dando frutos.
A relação professor-aluno não possui limitação de número de pessoas. A propósito, o número de pessoas nem parece um fator a ser considerado, visto que muitas turmas são compostas por 50, 60, 70 alunos. 1 professor. Fica muito complicada a relação. Dar a atenção necessária ? impossível. Parece uma boa opção o término no relacionamento. Mas não é assim, fácil e simples, como acontece com alguns casais de namorados dentro do mundo líquido de Bauman. É necessário sempre pensar no conserto, ideia sólida, diferente dos tempos atuais. Parecido como quando o namoro tem mais tempo, com várias variáveis que serão afetadas com a atitude, por mais rasa que seja essa relação professor-aluno. As variáveis perdidas são as oportunidades da convivência com o outro, o cultivo de valores como a humildade, definida pelo professor Mário Sérgio Cortella como uma pessoa que é “aquela que sabe que não sabe tudo, aquela que sabe que não é a unica que sabe, aquela que sabe que a outra pessoa sabe que ela não sabe, aquela que sabe que ela e outra pessoa saberão muita coisa juntas, aquela que sabe que ela e outra pessoa nunca saberão tudo que pode ser sabido”. Para que essa troca seja possível, o radical “pathos” precisa ser semeado e cultivado junto com seu préfixo “em” (de empatia), e não com o radical ant (de antipatia).
Ao contrário do namoro, onde nos primeiros encontros são notados e dado atenção aos pontos em comum, e depois às diferenças; dentro da sala de aula, as primeiras observações sempre são das diferenças entre os participantes. Diferenças físicas, por exemplo, são muito comuns. Diferenças de personalidade, mais comuns ainda. Tudo isso antes mesmo da aula acontecer, uma classificação muito automática. A diferença com o outro convida à esquiva, que vem em forma de comentários pejorativos como se o outro fosse o errado, estimulando a desunião do grupo. É um grande desafio lidar com pessoas, lidar com as diferenças de uma maneira justa, para que ninguém se sinta inferior. A crença na empatia se faz necessária dentro desse relacionamento que já começa precisando de uma manutenção, pois convida exatamente fazer o que se ignora: se colocar no lugar do outro.
Dentro da minha sala de aula foi feita uma atividade: passear de olhos fechados pela universidade guiado pelo colega. Não foi um desafio muito grande, visto que ao lado de um guia se tem mais confiança nas passadas ao escuro. Foi de grande valia para uma turma com um percentual de 0% de pessoas cegas. Foi possível compreender, ainda que minimamente, a realidade de uma pessoa com deficiência visual. A importância de sentir o chão, de perceber quando o chão muda. A atenção às vozes que davam segurança de estar perto de alguém. O medo de tropeçar e cair. Esse pequeno exercício de empatia, estimulou pensar o quanto a universidade (e toda a sociedade) é pouco inclusiva quando não possui sinais sonoros e um piso que facilite a locomoção. Questões não visíveis aos que possuem o sentido da visão.
Na foto, o Kurt pelo grafiteiro brasileiro Kobra!

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