quarta-feira, 3 de maio de 2017

Talvez a metade do caminho

Uma conversa no trampo incentivou escrever. O Iord perguntou se eu não escrevi mais. E eu não querendo sair pela tangente, na desculpa da falta de tempo, fui honesto comigo e informei que sempre que penso escrever, lembro que tenho outras coisas para fazer. Que não deixa de ser verdade. Tenho outras prioridades tão legais quanto escrever no blog. São 23 horas. O celular informa que é "Hora de dormir". Ótima desculpa! Não pra hoje.
Quando terminei o ensino médio, tomei uma decisão: fiz o vestibular para um curso na área de informática, pensando no mercado de trabalho. Essa decisão me levou conhecer um mundo que desconhecia e que hoje faço parte: o universo do desenvolvimento de software. Não tinha certeza se estava na rota certa, visto que passei mais tempo da minha vida longe de um computador. Mas sabia que eu tava lá para aprender e tive ótimos professores na curso. Fundamentais para seguir e me divertir na profissão. As experiências adquiridas durante esse período vão além daquele tempo e sou conectado nelas frequentemente.
No início do ano fiz outra experiência que vai além desse tempo. Uma viajem com minha família para Montevideo. Cidade diferente, pais diferente, moeda diferente, língua e cultura diferentes. Mudei o idioma do meu celular para a língua local e comprei um jornal de lá para aproveitar mais. Ingredientes importantes para uma viajem que tem tudo para ensinar. Antes da trip, uma pequena pesquisa sobre o que é possível encontrar. Necessário, para quem tem dia e hora pra voltar.
Muitas coisas marcaram a trip como entrar no campo e pisar no gramado do Estádio Centenário, onde aconteceu a primeira copa do mundo. Parece monótono. Não para quem tem um pai que jogou muito futebol e conta muitas histórias sobre copa do mundo. Entrar lá foi estar nessas histórias. O gps foi fundamental para facilitar a locomoção. Usar ele lembrou o professor Betito, o cálculo do menor caminho e as aulas de programação. O gps utiliza essa tecnologia para indicar a melhor rota como se fosse um anfitrião dos locais. Ainda assim, entramos em ruas erradas enquanto tentávamos aprender algumas palavras que o espanhol do Google Mapas orientava.
Notei que nesses momentos, o GPS simplismente recalculava a rota e seguia para o destino. Sequer comentou que a rota estava errada, parecendo que sempre se esteve no caminho certo. E estava, pois nem sempre o caminho mais curto é o melhor caminho. Esse foi o aprendizado não esperado da viajem. De que dobrar na rua errada, ou utilizar a que leve mais tempo para chegar é só um fato e nunca um impedimento quando se sabe o ponto final.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Votar em ninguém. Cobrar de todos!


A partir de hoje estão liberadas as mais diversas formas de abordagem às pessoas em busca dos valiosos votos. A lei da poluição visual poderia prever alguma pena para os candidatos que entopem a cidade de cartazes com palavras manjadas como família, da segurança, educação, progresso, mudança! Hoje mesmo identifiquei alguns. Essa vai ser mais uma eleição das redes sociais, começarei a deixar de seguir alguns perfils pois infelizmente fazer cyber campanha em troca de um lugar ao sol ainda é não é crime. Não sou obrigado acompanhar. Por isso, para esses próximos quatro anos decidi votar em ninguém, cobrar de todos. Contando desde a última eleição, presenciei muitas picaretagens daqueles que não precisavam nem estar lá se culturalmente nós participássemos das decisões. Como isso ainda vai demorar muito para acontecer, se decide que apenas 21 vão levar a tocha (a ilusão de que vão nos representar). A frase "o preço a pagar por tua não participação política é seres governado por quem é inferior" é atribuida ao Platão que morreu 347 a.C. e em 2016 depois de cristo ainda engolimos frustações daqueles que estão com o bastão na mão. Vi meu pai quase morrendo no pronto socorro do hospital por omissão de uma secretaria de saúde que pouco fiscaliza e não pune a péssima atuação dos servidores e prestadores de serviço. Vi um cara sendo morto na minha frente, em um lugar público, sem seguranças públicos, na frente de uma festa privada, que teve autorização da prefeitura para acontecer. Vi pela televisão esse mesmo défict de fiscalização, no caso da boate kiss. E ainda chocado de ver um vereador da minha cidade chamado Julio César‬ postar selfies com o sofrimento das famílias. Pela televisão, também acompanhei outro vereador da minha cidade - o kanelão - pronunciar comentários racistas no meio de uma sessão. A constituição me informa que inafiançável a atitude racista, mas a imagem dele na cadeia eu perdi - ou não aconteceu. Aos poucos as promessas começam a aparecer. É até divertido a cara de pau. Mas triste ao mesmo tempo, pois os preços de tudo que eu e minha família consumimos sobem. E financiam, também, as frustações do cotidiano. Hoje vi o post de um candidado a reeleição com uma frase "a voz a favor da família", e ao lado a imagem com a representação de um homem, uma mulher e 3 crianças. Parece uma pista, indicando o tipo de família favorável aos olhos dele. Em outro post, a sequencia de números e cores utilizadas pelo candidado, da uma pista sobre qual grupo se quer atingir na campanha. Não é errado, privilegiar um lado ou outro. Mas é importante ficar atento, porque no primeiro dia útil de 2017 vai ser unanime a frase "legislo por todos". O skatepark do cassino foi parido e ficou muito naipe. Aos poucos começam (já começaram) a aparecer seus "pais", que nem foi do pólo naval 4 anos atrás. Mano! É rentável demais investir no esporte que mais cresceu nos últimos anos. Hoje a política pública precisa mais do skate do que o skate da política pública. Não é de graça que as olimpiadas agora chamam de esporte aquele que em outros tempos era até crime praticar. É sempre vantajoso estar ao lado do popular, é claro que iria sair. Ha quatro anos atrás eu fiquei feliz de ter sido convocado para a "festa da democracia". Esse ano fui convocado novamente, não consegui cancelar e vou ir, mas menos entusiasmado. Pois o dia 2 outubro só vai mostrar quem são os 21 que mais conseguiram votos válidos, utilizando as mais diversas formas de catequisar o eleitor. Por isso, para esses próximos quatro anos decidi votar em ninguém, mas cobrar de todos.